sexta-feira, 24 de junho de 2011

Amin Maalouf eleito membro da Academia Francesa


O escritor libanês, estabelecido em França, Amin Maalouf foi eleito membro da Academia Francesa, sucedendo assim o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, que morreu em Outubro de 2009.

Prémio Goncourt em 1993 com a obra “Rocher de Tanios”, Amin Maalouf foi eleito à primeira volta com 17 votos, em 24 votantes, ultrapassando o filósofo francês Yves Michaud, que apenas recebeu três votos.

Nascido a 25 de Fevereiro de 1949 em Beirute, numa família cristã, Amin Maalouf, que fala árabe e francês, dedicou a sua obra à aproximação das civilizações. Foi jornalista do “an-Nahar”, um jornal libanês de relevo, mas em 1975, uma onda de violência assolou o Líbano e, com o rebentamento de uma guerra civil, Amin Maalouf optou, em 1977, por se exilar com a família em Paris, onde continuou a exercer a carreira, contribuindo para o “Jeune Afrique” e para a edição internacional do “an-Nahar”.

Os temas do exílio e da identidade ocupam uma grande parte da sua obra, analisados em detalhe nas obras "As Identidades Assassinas", de 1989, e "Um Mundo Sem Regras", de 2009. Publicou o seu primeiro livro, já instalado em Paris, no ano de 1983, "As Cruzadas Vistas pelos Árabes", uma obra histórica. Mas foi com o romance "Leão, o Africano" que Amin Maalouf se tornou conhecido do grande público, em 1986, passando a dedicar-se exclusivamente à literatura.

Esta era a terceira vez que o nome de Amin Maalouf surgia nos boletins de votos, depois de ter sido candidato à Academia Francesa em 2004 e 2007.

O escritor estreou-se ainda na ópera em 2000, ao escrever um libreto de ópera "L'Amour de Loin", que conta os amores do trovador do século XII Jaufre Raudel pela Condessa de Tripoli. Com arranjo musical da compositora finlandesa Kaija Saariaho, a ópera estreou em Salzburgo em 2000 e em Paris no ano seguinte, sob a direcção de Peter Sellars.

Depois desta eleição, seguem-se outras nos próximos meses para eleger os sucessores da helenista Jacqueline de Romilly, que morreu a 19 de Dezembro de 2010, aos 97 anos, e do escritor Jean Dutourd, falecido a 18 de Janeiro de 2011, aos 91 anos.

Amin Maalouf foi distinguido em 2010 com o Prémio Príncipe das Astúrias de Letras. O júri do prémio destacou na altura a "linguagem intensa e sugestiva" que nos transporta "no grande mosaico mediterrâneo de línguas, culturas e religiões para construir um espaço simbólico de encontro e entendimento".

A Academia Francesa foi criada em 1635 por Richelieu com o objectivo de preservar a língua francesa e escrever seu dicionário. Actualmente, a Academia é constituída por 40 membros, conhecidos como os “Quarenta” ou os “Imortais”.

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