quinta-feira, 31 de março de 2011

ALENCAR E TANCREDO

MORTE DE MORCEGOS PODE CURCAR 6 BILHOES



Estimativa, calculada para a América do Norte, mostra importância econômica de animais selvagens
Alessandro Greco, especial para o iG



Foto: © Science/AAAS
Colônia de morcegos deixando caverna no Texas: animais têm importância econômica
Uma análise feita por pesquisadores dos Estados Unidos e da África do Sul mostrou que a morte dos morcegos que comem insetos pode causar um prejuízo de mais de US$ 3,7 bilhões (cerca de R$ 6 bilhões) ao ano apenas na América do Norte. Eles calcularam o que aconteceria se os morcegos comedores de insetos que destroem plantações e florestas simplesmente deixassem de fazê-lo.

Os números foram publicados na edição desta semana da revista Science. “Muitos de nós, que temos conduzido pesquisas com morcegos ao longo dos anos, assumíamos e dizíamos que eles eram economicamente importantes[...], mas não havíamos percebido a magnitude do impacto dos morcegos na agricultura”, explicou ao iG Thomas Kunz, um dos autores do artigo. Por exemplo, uma simples colônia de 150 morcegos marrrons (Eptesicus fuscus) em Indiana, Estados Unidos, come 1, 3 milhão de insetos que destroem plantações ao ano, o que traz uma economia considerável em pesticidas e outros métodos de controle de pragas.

TRICÔ









O grupo de tricô The Materialistics, do nordeste britânico, está promovendo exposições com peças inspiradas em obras de arte conhecidas. Aqui, a versão de 'O Grito' (1893), de Edvard Munch. (Foto: The Customs House Arts Centre/The Materialistics)

CRONICA DE MACHADO DE ASSIS









A semana - Obra Completa de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, Vol. III, 1994. Publicado originalmente na Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, de 24/04/1892 a 11/11/1900.

Mato Grosso foi o assunto principal da semana. Nunca ele esteve menos Mato, nem mais Grosso. Tudo se esperava daquelas paragens, exceto uma república, se são exatas as notícias que o afirmam, porque há outras que o negam; mas neste caso a minha regra é crer, principalmente se há telegrama. Ninguém imagina a fé que te­nho em telegramas. Demais, folhas européias de 13 a 14 do mês passado, falam da nova república transatlântica como de coisa feita e acabada. Algumas descrevem a bandeira.

Duas dessas folhas (por sinal que lon­drinas) chegam a aconselhar ao governo da União que abandone Mato Grosso, por lhe dar muito trabalho e ficar longe, sem real proveito. Se eu fosse governo, aceitava o conselho, e pregava uma boa peça à nova república, abandonando-a, não à sua sorte, como dizem as duas folhas, mas à Inglater­ra. A Inglaterra também perdia no negócio, porque o novo território ficava-lhe mui­to mais longe; mas, sendo sua obrigação não deixar terra sem amanho, tinha de suar o topete só em extrair minerais, desbastar, colonizar, pregar, fazer em suma de Mato Grosso um mato fino.

Eu, rigorosamente, não tenho nada com isto. Não perco uma unha do pé nem da mão, se perdermos Mato Grosso. E não é melhor que me fique antes a unha que Mato Grosso? Em que é que Mato Grosso é meu? Não nego que a idéia da pátria deve ser acatada. Mas a nova república não bra­dou: abaixo a pátria! como um rapaz que fez a mesma coisa em França, há três meses, e foi condenado à prisão por um tri­bunal. Mato Grosso disse apenas: Anch'io son pittore, e pegou dos pincéis. Não des­truiu a oficina ao pé, organizou a sua. Uma vez que pague, além das décimas, as tintas, pode pintar a seu gosto, e tanto melhor se fizer obras-primas.

Pátria brasileira (esta comparação é melhor) é como se disséssemos manteiga nacional, a qual pode ser excelente, sem impedir que outros façam a sua. Se a nova fabrica já está montada (estilo dos estatu­tos de companhias e dos anúncios de teatros), faça a sua manteiga, segundo lhe parecer, e, para falar pela língua argentina, vizinha dela e nossa: con su pan se la coma.

Vede bem que a nova república é una e indivisível. Aqui há dente de coelho; pa­rece que o fim é tolher a soberania a Co­rumbá, a Cuiabá, que poderiam fazer as suas constituições particulares, como os di­versos Estados da União fizeram as suas. Eu só havia notado, em relação a estes, a diferença dos títulos dos chefes, que uns são governadores, como nos Estados Uni­dos da América, outros presidentes, como o presidente da República. A princípio supus que a fatalidade do nosso nascimento (que é de chefe para cima) obrigava a não chamar governador um homem que tem de reger uma parte soberana da União; mas, consultando sobre isso uma pessoa grave do interior, ouvi que a razão era outra e histórica, isto é, que a preferência de presidente a governador provinha de ser este título odioso aos povos, por causa dos antigos go­vernadores coloniais. Não só compreendi a explicação, mas ainda lhe grudei outra, observando que, por motivo muito mais an­tigo, foi acertado não adotar o título de juiz, como usaram algum tempo em Israel (fedor judaico) — justamente!

Entretanto, outra pessoa, sujeita ao terror político, tem escrito esta semana que alguns Estados, em suas constituições e legislações, foram além do que lhes cabia; que um deles admitia a anterioridade do casamento civil, outro já lançou impostos gerais, etc. Assim será; mas obra feita não é obra por fazer. Se o exemplo de Mato Grosso tem de pegar, melhor é que cada pin­tor tenha já as suas telas prontas, tintas moídas e pincéis lavados: é só pintar, expor e vender. A União, que não tem terri­tório, não precisa de soberania; basta ser um simples nome de família, um apelido, meia alcunha.

Depois de Mato Grosso, o negócio em que mais se falou esta semana (não con­tando a reunião do Congresso), foi o pro­cesso da Geral. Os diretores presos tive­ram habeas-corpus. Apareceu um relatório contra os mesmos, e contra outros, mas apareceu também a contestação, depoimen­tos e desmentidos, além de vários artigos, os quais papéis todos, juntos com o que se tem escrito desde começo, cortados em ti­ras de um centímetro de largura, e unidos tira a tira, dão uma fita que, só por falta de cinco léguas, não cinge a terra toda; mas, como não é negócio que se acabe com soltu­ras nem relatórios, calculam os matemáti­cos do Clube de Engenharia que as cinco léguas que faltam, estarão preenchidas até quinta-feira próxima, e antes de outubro pode muito bem

Dar outra volta completa

Ao nosso belo planeta.

Tudo isso para se não saber nada! Eu, pelo menos, de tudo o que tenho lido a res­peito desta Geral, só uma coisa me ficou clara (aqui os credores arregalam os olhos) e foi a legalização, e portanto a legitimação da palavra zangão, com o seu plural zangões. Aquele nome fora adotado antigamente com a prosódia verdadeira, — a que tinha, que era zângão, e conseguintemente fazia no plural zângãos. Mas o povo achou mais fácil ir carregando para diante, e pôr o acento na segunda sílaba, fazendo zangão e zangões. Nunca os tinha visto escritos; achei-os agora judicialmente, e não me irri­to com isso. O Sr. Dr. Castro Lopes, que há pouco tratou de bençam, querendo que se diga benção, e bênções, é que há de explicar por que razão o povo em um caso escorrega para diante e em outro para traz. Eu creio que tudo provém da situação da casca de banana, que, se está mais próxima do bico do sapato, faz cair de ventas, se mais perto do tacão, faz cair de costas. Zangão, bençam. Creiam, meus amigos, é a única idéia que há de ficar dos autos.



Rio Abaixo











OLAVO BILAC


Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga...
Quase noite. Ao sabor do curso lento
Da água, que as margens em redor alaga,
Seguimos. Curva os bambuais o vento.

Vivo há pouco, de púrpura, sangrento,
Desmaia agora o ocaso. A noite apaga
A derradeira luz do firmamento.
Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga.

Um silêncio tristíssimo por tudo
Se espalha. Mas a lua lentamente
Surge na fímbria do horizonte mudo:

E o seu reflexo pálido, embebido
Como um gládio de prata na corrente,
Rasga o seio do rio adormecido.

ALENCAR SEMPRE BEM HUMORADO


"A alegria é uma fonte de juventude eterna". DUGPA RINPOCHE

Estátua de Andy Warhol é inaugurada em praça de Nova York






DE SÃO PAULO

O "Andy Monument", escultura feita por Rob Pruitt, foi inaugurado na Union Square, em Nova York, nesta semana.

A obra, que mostra o artista plástico Andy Warhol, tem mais de três metros e é feita de mercúrio.

Para fazê-la, Pruitt escaneou a laser o corpo de um colecionador com tipo físico semelhante ao de Warhol.

A estátua ficará na praça até o dia 2 de outubro.

Shannon Stapleton/Reuters

A obra "Andy Monument", de Rob Pruitt, que mostra artista plástico Andy Warhol, na Union Square, em Nova York

quarta-feira, 30 de março de 2011

Crise na OSB






RIO - As demissões na Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) já começaram. Entre os 41 músicos que boicotaram as avaliações de desempenho e, por isso, foram convocados a comparecer nesta quarta-feira à sede da orquestra , apenas dois atenderam ao chamado. E, como esperavam, foram demitidos por justa causa. São eles o violinista Adonhiran Reis e o trombonista Marco Antônio De La Favera. Adonhiran estava há três anos na orquestra, enquanto Marco Antônio tinha 26 anos de instituição.



Os músicos foram recebidos pelo diretor administrativo da fundação OSB, Sergio Fortes, que apresentou aos músicos um documento rescindindo, por justa causa, seus contratos de trabalho. Os dois se recusaram a assinar e, com isso, o caso deve ser levado ao Ministério do Trabalho.

Orquestra Sinfônica Brasileira perde metade dos músicos


Chegou ao fim o Caso Orquestra Sinfônica Brasileira – 44 dos 79 músicos do grupo já estão em processo de demissão após quase três meses de batalha em torno das avaliações impostas pela Fundação OSB. A orquestra, durante todo esse tempo, insistiu na legalidade das audições programadas para o início de março; e os músicos, por sua vez, defendiam a posição de que as provas são uma medida autoritária e ineficaz no processo de avaliação do trabalho da orquestra.

Na justiça, a Fundação OSB conseguiu autorização para levar adiante as provas, consideradas legítimas – instituição privada, a orquestra teria direito de avaliar seus funcionários. Os músicos recorreram a instâncias como o Ministério do Trabalho, que enviou ao Rio, no começo desta semana, um representante que serviria de mediador nas negociações entre as duas partes. A Fundação, no entanto, não reconheceu a mediação do ministério e – com a decisão judicial embaixo do braço – demite agora por justa causa os artistas que se recusaram a obedecer a ordem de fazer as provas. Foi sugerido um Plano de Demissão Voluntária, mas os músicos optaram por não aceitá-lo.

Se o corporativismo às vezes resvala na teimosia, por outro lado as cartas de advertência e demissão enviadas antes da hora e a busca em audições por substitutos para vagas ainda não abertas também não sugerem a melhor das intenções. Depois da polêmica inicial em torno das provas, a fundação correu para dizer que o objetivo das avaliações jamais foi a demissão em massa. É, no entanto, justamente esse o desfecho da história. Há verdades e exageros para todos os lados. Em horas como essa, a lei parece ser um parâmetro isento ao qual recorrer: órgão privado, a OSB tem direito a demitir seus funcionários.

Mas há muitas nuances das quais a lei, em alguns casos, não dá conta. A OSB, afinal, tem dinheiro público, que vem da prefeitura do Rio, à qual correu anos atrás, quando enfrentava o risco de ser fechada por falta de verbas. Além disso, a repercussão internacional, com músicos e especialistas de todo o mundo se pronunciando, é sinal de que não estamos falando apenas da relação empregador/empregado em uma empresa específica. A proliferação de crises, que se repetem ciclicamente em orquestras brasileiras, é suficiente para mostrar que há muito mais em jogo. A lição, se é que podemos chamá-la assim, é que perdemos a chance de mudar o paradigma – ou ao menos sugerir um novo caminho – na relação trabalhista dentro de orquestras.

Ainda que uma ou outra exceção exista, o fato é que músicos e direção estão sempre em lados opostos, convivendo no limite do entendimento. Fazem música não em parceria, mas apesar do convívio. O caso OSB tem muito a nos dizer sobre a vida cultural brasileira e, mais especificamente, sobre a atividade sinfônica. É toda uma relação de trabalho – e um contexto institucional precário, prejudicial aos dois lados – que está em jogo. Saímos dessa história sem avançar um milímetro nessa questão.


Músicos estão sem emprego e, como classe, se fragilizaram mais – ainda que a coesão com que lidaram com a questão seja um exemplo raro de união em um meio marcado por individualismos de todos os tipos. Por sua vez, a OSB perdeu a chance de ter criado um sistema mais humano de substituições em seu quadro orquestral. Músicos experientes, que dedicaram uma vida toda à orquestra, poderiam ter recebido tratamento melhor no momento da aposentadoria; com menos truculência, o desejo concreto de desenvolvimento artístico talvez não tivesse parecido a tanta gente uma mera desculpa. Ainda que respaldada pela justiça, é bobagem achar que a Fundação OSB sai vitoriosa da questão. Todos – músicos, maestros, orquestras, público – saímos perdendo.


E é sob esse signo que nasce a nova OSB.

ALMINO AFONSO TOMA POSSE NA ACADEMIA AMAZONENSE DE LETRAS


A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS






de pé: Rodolfo Amoedo, Artur Azevedo, Inglês de Sousa, Bilac, Veríssimo, Bandeira, Filinto de Almeida, Passos, Magalhães, Bernardelli, Rodrigo Octavio, Peixoto; sentados: João Ribeiro, Machado, Lúcio de Mendonça e Silva Ramos.

O QUE SE PERDEU NO INCENDIO DA UFRJ



terça-feira, 29 de março de 2011

CRONICA DE MACHADO DE ASSIS


Vês este tapume? Digo-vos que não fi­cará tábua sobre tábua. E assim se cum­priu esta palavra do Dr. Barata Ribeiro, que imitou a Jesus Cristo, em relação ao templo de Jerusalém. Olhai, porém, a diferença e a vulgaridade do nosso século. A palavra de Jesus era profética: os tempos tinham de cumpri-la. A do presidente da intendência, que era um simples despacho, não precisou mais que de alguns trabalha­dores de boa vontade, um advogado e vin­te e quatro horas de espera. Ao cabo do prazo, reapareceu o nosso chafariz da Cario­ca, o velho monumento que tem o mesmo no­me que nós outros, filhos da cidade, o nosso xará, com as suas bicas sujas e quebradas, é certo, mas eu confio que o Dr. Barata Ri­beiro, assim como destruiu o tapume, assim reformará o bicume. E poderá ser preso, açoitado, crucificado; ressurgirá no tercei­ro minuto, e ficará à direita de Gomes Freire de Andrade.

Já que se foi o tapume, não calarei uma anedota, que ao mesmo tempo não posso contar. Valham-me Gulliver e o seu inven­to para apagar o incêndio do palácio do rei de Lilliput. Recordam-se, não? Pois sai­bam que uma noite lavrava um princípio de incêndio no tapume, — algum fósforo lançado por descuido ou perversidade. Um Gulliver casual, que ia passando, correu a apagá-lo. Pobre grande homem! Esbarrou com um soldado de sentinela, ao lado da Imprensa Nacional, que não consentiu na obra de caridade daquele corpo de bom­beiro. Perseguido pela visão do incêndio (há desses fenômenos), o nosso Gulliver viu fogo onde o não havia, isto é, no próprio edifício da Imprensa Nacional, lado opos­to, e correu a apagá-lo. Não achou sombra de sentinela! Disseram-lhe mais tarde que a sentinela do tapume era a mesma que o governador Gomes Freire mandara pôr ao chafariz, em 1735, e que a Metropolitana, por descuido, não fez recolher. Vitalidade das instituições!
Mas esse finado tapume faz lembrar um tempo alegre e agitado, tão alegre e agi­tado quão triste e quieto é o tempo presente. Então é que era bailar e cantar. Dançavam-se as modas de todas as nações; não era só o fadinho brasileiro, nem a quadrilha fran­cesa; tínhamos o fandango espanhol, a ta­rantela napolitana, a valsa alemã, a habanera, a polca, a mazurca, não contando a dança macabra, que é a síntese de todas elas. Cessou tudo por um efeito mágico.
Os músicos foram-se embora, e os pares vol­taram para casa.
Só o acionista ficou, — o acionista moderno, entenda-se, o que não, paga as a­ções. Tinham-lhe dito: — aqui tem um pa­pel que vale duzentos, o senhor dá apenas vinte, e não falemos mais nisso.
— Como não falemos?
— Quero dizer, falemos semestralmente; de seis em seis meses, o senhor re­cebe dez ou doze por cento, talvez quinze.
— Do que dei?
— Do que deu e do que não deu.
— Que não dei, mas que hei de dar?
— Que nunca há de dar.
— Mas, senhor, isso é quase um debên­ture.
— Por ora, não; mas lá chegaremos.
Desta noção recente tivemos, há dias, um exemplo claro e brilhante. Uma assembléia, tomando contas do ano, deu com três mil contos de despesas de incorporação. Na­da mais justo. Entretanto, um acionista propôs que se reduzissem aquelas despesas; outro, percebendo que a medida não era simpática, lembrou que ficasse a direto­ria autorizada a entender-se com os incorporadores para dar um corte na soma. A assembléia levantou-se como um só homem. Que reduzir? que entender-se? E, por cerca de cinco mil votos contra dez ou onze, aprovou os três mil contos de réis. A razão adivinha-se. A assembléia compreendeu que a incorporação, como a ação, devia ter sido paga pelo décimo, e conseguintemente que os incorporadores teriam recebido, no máximo, trezentos contos. Pedir-lhes re­dução da redução seria econômico, mas não era razoável, e instituiria uma justiça de dois pesos e duas medidas. Votou os três mil contos, votaria trinta mil, votaria trinta milhões.
Hão de ter notado a facilidade com que meneio algarismos, posto não seja este o meu ofício; mas desde que Camões & C. puseram uma agência de loterias no beco das Cancelas, creio que, ainda sem ser Camões, posso muito bem brincar com cifras e números. Na explicação do Sr. Dr. Ferro Cardoso, por exemplo, acerca da não eleição, o que mais me interessou, foram os oito mil eleitores que deixaram de votar no candidato, já porque eram milhares, já por- que o argumento era irrespondível. Com efeito, ninguém obriga um homem a aceitar a cédula de outro; se a aceita e não vota, é porque cede a uma força superior.
Tudo é algarismo debaixo do sol. A própria circular do bispo aos vigários, acerca dos padres e sacristãos associados para vender caro as missas, reduz-se, como vêem, a somas de dinheiro. Grande rumor nas sacristias. Grande rumor na imprensa anônima. Pelo que me toca, não sendo padre nem sacristão, cito este acontecimento da semana, não só por causa dos algarismos, mas ainda por notar que o bispo adotou neste caso o lema positivista; Viver às claras. Em vez de circular reservada, fê-la pública. Mas como, por outro lado, já alguém disse que o positivismo era “um catolicismo sem cristianismo”, a questão pode explicar-se por uma simpatia de ori­gem, e os padres que se queixem ao bispo dos bispos.
Onde não creio que haja muitos milha­res de contos é na República Transatlântica de Mato Grosso. O dinheiro é o nervo da guerra, diz um velho amigo; mas um fi­no e grande político desmente o axioma, afirmando que o nervo da guerra está nas boas tropas. Haverá este nervo em Mato Grosso? Quanto a mim, creio que a jovem república não é mesmo república. Aquele nome de Transatlântica dá idéia de um gra­cejo ou de um enigma. É talvez o que fi­que de toda a campanha. Também pode ser que a palavra, como outras, tenha sentido particular naquele Estado, e traga uma significação nova e profunda. Às vezes, de onde não se espera, daí é que vem. Há dias, dei com um verbo novo na tabuleta de uma casa da Cidade Nova: “Opacam-se vidros”. Digam-me em que dicionário viram pala­vra tão apropriada ao caso.

A semana - Obra Completa de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, Vol. III, 1994. Publicado originalmente na Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, de 24/04/1892 a 11/11/1900.


Rogel Samuel: O patrimônio da UFRJ que pode ter sido queimado






Pouca gente sabe que o meu ex-reitor Pedro Calmon doou para o prédio da Reitoria na Praia Vermelha vários bens de valor inestimáveis.

Lembro-me de um grande painel de espelhos sobre a parede, atrás de um console de espelhos, que talvez tenha pertencido à época do império, confrontando um grande lustre de cristal.

O gabinete do reitor, na época de Pedro Calmon, tinha uma decoração e um mobiliário digno de um rei.

Sei disso porque, quando estudante, nós éramos recebidos pelo reitor Pedro Calmon em seu gabinete. Ele era franqueado a todos. Lembro-me de uma reunião ali sobre a ampliação do bandejão.

A biblioteca de Pedro Calmon – valiosíssima – também está no mesmo prédio.

Homem elegante, muito culto e muito rico, cercava-se de objetos de arte de grande valor histórico. Afinal ele era historiador.

Lembro-me do fato de ter sido ele, na época Ministro da Educação de Getulio, o representante do governo brasileiro na coroação da rainha Elizabeth.

Eu não entro naquele gabinete desde o tempo em que era estudante.

Por isso fiquei alarmado com o incêndio do prédio da reitoria.

segunda-feira, 28 de março de 2011

TRAGÉDIA NA UFRJ






Um incêndio atingiu nesta segunda-feira (28) parte do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na Praia Vermelha, zona sul do Rio de Janeiro. O fogo teve início por volta das 14h30 no terceiro andar do Palácio Universitário, onde fica localizada a capela, mas se espalhou pelo prédio.

Cerca de 100 bombeiros dos quartéis do Humaitá, Catete e Gávea trabalharam no local, com o apoio de 15 viaturas da corporação. O fogo foi controlado e os bombeiros se concentram no trabalho de rescaldo, para evitar novos focos. Ninguém ficou ferido.

“O incêndio começou com proporções muito grandes no telhado e, como havia muita madeira na parte interna do prédio, houve uma grande dificuldade para combater as chamas”, explicou o comandante das unidades especializadas do Corpo de Bombeiros, coronel Valdinei Dias da Silva.

Por causa do incidente, as aulas no campus foram suspensas até quarta-feira (30). Construído em 1852, o Palácio Universitário abrigava atualmente, além da capela no último andar, o Fórum de Ciência e Cultura, algumas salas da Faculdade de Educação, três salões nobres onde eram realizados eventos e um importante acervo da UFRJ, que não foi atingido, segundo o reitor Aloisio Teixeira.


"São documentos desde a criação da universidade, atas, processos de reformas curriculares, enfim, a memória da UFRJ", disse Ana Maria Monteiro, diretora da Faculdade de Educação

O imóvel, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), estava em obras há cerca de um ano. Segundo o Iphan, o incêndio pode ter tido início com um maçarico usado na obra que era alimentado por um botijão de gás. Essa técnica, no entanto, não é irregular, de acordo com o instituto.

O maçarico teria esquentado o cobre das calhas de recolhimento da chuva localizadas no teto da capela, que teria aquecido a madeira que reveste o local, dando início ao fogo.

“Até onde sabemos, não foi gás que causou o incêndio. As informações preliminares que recebi são que de o cobre ficou superaquecido e isso pode ter causado o fogo na madeira. Mas, repito, não é uma informação oficial", destacou o superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Carlos Fernando Andrade.

De acordo com Andrade, “a questão de responsabilidade criminal será investigada pelos órgãos de apuração competentes”.

O reitor da UFRJ, Aloisio Teixeira, informou que o Palácio Universitário não será aberto na terça-feira (29) por questões de segurança. No local também funciona uma subestação de energia do campus da Praia Vermelha, que foi deligada logo após o incêndio.

“Testaremos a parte elétrica já que pode ter alguns problemas. Após testarmos ponto a ponto e, se tudo correr bem, vamos abrir na quarta-feira para as aulas nas partes laterais, como as Faculdades de Comunicação Social e de Educação”, disse.

A coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, Beatriz Resende, lamentou a perda do mobiliário, pois o prédio foi construído e mobiliado por D. Pedro II, que ergueu o imóvel para abrigar o Hospício Nacional Pedro II. “É uma perda nacional. Aqui está parte da história do País”, afirmou Beatriz.

Ela lembrou que pelo hospício passaram o escritor Lima Barreto, o compositor Ernesto Nazareth e o teatrólogo gaúcho Qorpo Santo. Em 1930, os internos foram transferidos para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Em 1949, o então vice-reitor da UFRJ, Pedro Calmon, pediu o prédio ao Governo Federal para instalar a reitoria da instituição de ensino.

CRONICA DE MACHADO DE ASSIS


30 de abril



Uma folha diária, recordando que as quermesses tinham sido fechadas por serem verdadeiras casas de tavolagens, noticiou que elas começam a reaparecer. Já há uma na Rua do Teatro; o pretexto é uma festa de caridade. E a folha chama a atenção da polícia.



A notícia — dizemo-lo sem ofensa — é mui própria de um século utilitário e prático. Não se poderia achar exemplo mais vivo do espírito da nossa idade, que põe a alma das coisas de lado para só admirar a face das coisas. Invertemos a caridade; ela não é, para nós, o móvel da ação, o sentimento da esmola e do benefício; é o resul­tado da coleta. Dou cinco mil réis para comprar uns sapatos de criança (se há ain­da sapatos de cinco mil réis); o mundo, se os sapatos não são comprados, grita contra a especulação. Queremos a caridade escriturada, legalizada, regulamentada, com relatório anual, contas, receita e despesa, saldo. Onde está aqui o espírito cristão?



A quermesse é tavolagem. Que tenho eu com isso, se me convida a fazer bem? Não se trata (reflita o colega), não se trata de beneficiar a um estranho, mas a minha al­ma. Vá o dinheiro para um faminto, para a escola, ou simplesmente para as algibei­ras do empresário, nada tem com isso a mi­nha salvação. A caridade não é um efeito, é uma causa. As quermesses são ocasiões in­ventadas para a prática do evangelho. O fim dessas instituições é exercitar a virtu­de, e tanto melhor se o dinheiro recolhido alimentar um vício. É o preceito de Horácio e do gasômetro: Ex fumo dare lucem.



Um exemplo. Há em certa rua, por onde passo todos os dias, um homem senta­do na soleira de uma porta, chapéu na mão, a pedir uma esmolinha. Esse homem, que deve andar por cinqüenta e tantos anos, padece de um pé sujo, — creio que o es­querdo. Quando lhe descobri essa única moléstia, travou-se em minha consciência um terrível conflito. Darei o meu vintém ao homem ou não? Fui ao meu grande S. Paulo, ao meu Santo Agostinho, fui princi­palmente aos casuístas mais célebres, e achei em todos que não se tratava do pé de um homem, mas da alma de outro. A rigor, pode-se dar até a um pé lavado. Daí em diante, dou ao homem o meu vintém certo. E não se diga que é porque fui estudar a solução do problema nos livros moralistas. Tenho visto pobres mulheres que passam com o vestidinho desbotado, a sua cor doen­tia, pararem adiante, e, às escondidas, tirarem do bolso o vintenzinho ganho à força de agulha ou de goma, e irem depositá-lo no chapéu do homem. Este, em bemol: “Os anjos a acompanhem, minha santa senhora!”



A quermesse pode ter os pés sujos. Não me cabe verificar se os vai lavar; cabe-me, sim, dar o dinheiro (e, quanto mais, me­lhor), para cumprir o preceito de Jesus: “Não queirais entesourar para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e a traça os consome; mas entesourai para vós te­souros no céu, onde não os consome a fer­rugem nem a traça”.



A terra fez-se para entesourar algu­mas coisas, mas só as que não entendem com a nossa consciência moral, os atos que não vêm do coração, mas da cabeça. Que rico tesouro da terra nos deu a comissão de instrução pública do conselho munici­pal! No meio dos debates daquela casa, — tantas vezes acres e apaixonados, — é doce e consolador elevar o espírito a sentenças como esta: “Foi esta lei (a instrução) que organizou as sociedades primitivas, que re­geu seus principais destinos, que domina as condições de existência dos primeiros povos e que os obrigou a esse longo pere­grinar dos séculos”. E, depois de comparar a instrução a um elo que liga o passado ao presente e o presente ao futuro, escreve es­ta ousada e forte imagem, seguida de outra não menos ousada nem menos forte: “A hu­manidade, porém, é como a hiena faminta e insaciável. É como o Ahasverus da lenda que não pode parar, — tem de caminhar e caminhar sempre!” Não se pode pintar melhor a necessidade crescente da instrução da espécie humana.



Ao mesmo tempo, lembra-me os dias da mocidade. Ó Ahasverus! Também eu te vi caminhar, caminhar, caminhar sempre, naquela madrugada dos meus anos, tão linda, e tão remota! De noite, quando a insônia me arregalava os olhos com os seus dedos magros, — ou de manhã, quando eles se abriam ao sol, via o eterno andador, andando, andando... Lá me saiu um ver­so; há de ser algum que não me chegou a sair da cabeça.



Via o eterno andador, andando, andan­do. Justamente, um verso. Aí está o que é ter metrificado lendas em criança; não se pode falar delas sem vir à métrica de per­meio. Ó infância, ó versos! E as associa­ções? Havia algumas nesse tempo em que se discutiam e votavam teses históricas e filosóficas. Qual foi maior: César ou Napoleão? Esta era a mais comum dos debates; e se alguma coisa pode consolar esses dois grandes homens da morte que os tomou, é a certeza de que têm cá em cima da terra verdadeiros amigos e certo equilíbrio de sufrágios.



Também agora há teses, mas são ou­tras. Esta semana o Instituto dos Advoga­dos debateu um ponto interessante, a saber, se, em face da Constituição e das leis, os títulos nobiliários dados por governos es­trangeiros fazem perder a qualidade de ci­dadão. A maioria adotou a afirmativa: 16 votos contra 8. Mas, examinando a tese, o Instituto esqueceu uma hipótese. O Sr. Geminiano Maia, do Estado do Ceará, recebeu de um governo estrangeiro o título de barão de Camocim. Pergunto; esta hipótese entra acaso na tese do Instituto? O título pelo doador, é estrangeiro, mas é nacional pela localidade. Camocim é no território do Brasil. Para mim, que não tenho preparos jurídicos, este título não ti­ra a qualidade de cidadão ao Sr. Maia: an­tes o faz mais brasileiro, se é possível. Maia é um nome comum. Camocim é um nome nacional. Examine o Instituto essa hipótese.
A semana




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Texto-fonte:

Obra Completa de Machado de Assis.

Rio de Janeiro: Nova Aguilar, Vol. III, 1994.



Publicado originalmente na Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, de 24/04/1892 a 11/11/1900.




Liz Taylor deixa joias avaliadas em US$ 150 milhões para instituições de caridade







(NA FOTO USANDO UM DE SEUS FAMOSOS DIAMANTES, O DE FORMA DE CORAÇAO)

A atriz Elizabeth Taylor, que morreu no dia 23 aos 79 anos de idade, deixou grande parte de sua herança, quase US$ 600 milhões em 1994, para instituições de caridade.




Elizabeth Taylor A atriz Elizabeth Taylor, que morreu no dia 23 aos 79 anos de idade, deixou grande parte de sua herança, quase US$ 600 milhões em 1994, para instituições de caridade. Todas as organizações beneficiadas foram fundadas pela estrela de olhos violeta. A informação é do jornal americano "New York Post".

A maior parte da fortuna será herdada por instituições de pesquisa para a cura da Aids e clínicas especializadas no tratamento de portadores de HIV, como o amfAR. A outra parte de sua herança deve ir para seus quatro filhos e alguns funcionários próximos.

A coleção de joias de Elizabeth Taylor, famosa por sua extensão, será leiloada em benefício das instituições de caridade. Só as joias da atriz foram avaliadas em US$ 150 milhões em 2002.

domingo, 27 de março de 2011

Vacina protege contra 3 tipos de gripe


A vacina que será disponibilizada para a população a partir do dia 25 de abril será eficaz contra três tipos de vírus causadores da gripe. O cidadão terá a oportunidade de se proteger contra a Influenza H1N1 (Gripe A), Influenza H3N3 e Influenza B, sendo os dois últimos, osvírus mais identificados na gripe comum.

A Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza começa no dia 25 de abril e prossegue até o dia 13 de maio, desta vez, com a ampliação da cobertura vacinal, incluindo mais grupos em seu protocolo. No Estado, além de pessoas a partir de 60 anos, serão imunizadas as crianças de seis (6) meses a menores de dois (2) anos, gestantes e trabalhadores da saúde.

No Piauí 459.259 mil pessoas devem ser vacinadas.

A campanha terá seu lançamento oficial no dia 4 de Abril, onde também terão inicio, as reuniões com regionais de saúde para traçar estratégias de divulgação em todos os municípios. O Dia D da campanha será no dia 30 de abril.

“Estamos pensando estratégias de vacinação de acordo com a realidade de cada município, e essas estratégias devem ser discutidas e definidas durante as duas primeiras semanas de abril, quando devemos receber as doses de vacina do Ministério da Saúde”, afirmou Doralice Rodrigues, coordenadora estadual de imunização.

De acordo com Doralice, profissionais da Saúde também serão vacinados. “Todos aqueles que lidam freqüentemente com pacientes que apresentam problemas respiratórios agudos e suspeita de infecção por H1N1. Todos estão incluídos, desde recepcionistas, maqueiros, médicos e enfermeiros. Já as crianças, devem ter a partir de seis (6) meses e abaixo de dois (2) anos de idade. Estas devem receber a vacina em duas doses, sendo a segunda aplicada entre 21 e 30 dias após a primeira dose”, explica a coordenadora.

sábado, 26 de março de 2011

Rio de Janeiro recebe exposição de Fernando Pessoa






Cultura
Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Entre agosto de 2010 e fevereiro deste ano, mais de 190 mil pessoas foram ao Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, para visitar a exposição Fernando Pessoa, Plural como o Universo. Agora, a mostra que celebra a obra de um dos maiores poetas da língua portuguesa chega ao público carioca, no Centro Cultural Correios, onde pode ser vista até 22 de maio, com entrada franca.

Com curadoria de Carlos Felipe Moisés e Richard Zenith e cenografia do premiado Hélio Eichbauer, a exposição conduz o visitante a uma viagem sensorial pelo universo de Pessoa e de seus heterônimos mais conhecidos, criações do poeta que tinham identidade própria: Alberto Caeiro, o poeta da natureza; Ricardo Reis, médico e discípulo de Caeiro; Álvaro de Campos, engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, e Bernardo Soares, do Livro do Desassossego.

A preocupação dos curadores foi a de tornar a exposição atraente mesmo para os que não têm um conhecimento prévio da obra do poeta. “Nosso propósito básico é levar Fernando Pessoa à vida do cidadão que não o conhece, e que, portanto, encontrará uma linguagem acessível”, afirma Carlos Felipe Moisés. Ele ressalta, no entanto, que aqueles já familiarizados com o universo do poeta terão na mostra a chance de descobrir aspectos e conceitos novos. “A convivência com a obra de Pessoa deve ser feita em etapas, para melhor assimilá-la”.

O projeto cenográfico de Hélio Eichbauer, inspirado em um dos livros do poeta, Mensagem, tem como identidade visual o mar e os diferentes tons de azul da água e do céu, o que remete à época dos Descobrimentos e das grandes conquistas de Portugal. “A ideia é sugerir viagens mentais e espirituais, em torno das ruas de Lisboa, das aventuras dos heterônimos e do próprio Fernando Pessoa”, diz o cenógrafo.

Ainda como parte da concepção cenográfica, há um grande pêndulo representando o tempo. Ao lado dele, trechos de poemas são projetados e apagados pelo mar em tanques virtuais de areia. Ao fundo, como se fossem duas janelas, são projetados dois vídeos, um deles mostrando pessoas, em meio a uma multidão, recitando Pessoa.

Também fazem parte da mostra algumas relíquias bibliográficas, como a primeira edição do livro Mensagem, o único publicado em vida por Fernando Pessoa, e os primeiros números da revista Orpheu, marco do modernismo em Portugal.

A exposição é uma realização da Fundação Roberto Marinho, com patrocínio de empresas privadas do Brasil e de Portugal e apoio de vários órgãos públicos, entre eles o Ministério da Cultura.

A visitação pode ser feita de terça-feira a domingo, das 12h às 19h. O Centro Cultural Correios fica na Rua Visconde de Itaboraí, 20, no centro do Rio.

Show da banda Restart no Amazonas é cancelado após declaração ofensiva do baterista




RIO - A banda Restart, uma das mais populares entre os adolescentes no Brasil, teve cancelada uma apresentação marcada para a próxima sexta-feira (01/04) em Manaus, depois de declarações desrespeitosas do baterista Thomas sobre o estado e a população do Amazonas.

RIO - A banda Restart, uma das mais populares entre os adolescentes no Brasil, teve cancelada uma apresentação marcada para a próxima sexta-feira (01/04) em Manaus, depois de declarações desrespeitosas do baterista Thomas sobre o estado e a população do Amazonas. O cancelamento foi a solução encontrada pelos promotores do show diante das manifestações publicadas nas redes sociais sobre o comentário do baterista durante entrevista para o videochat do programa "Vídeo Show", da TV Globo. "Eu queria muito tocar no Amazonas. Imagina você tocar no meio do mato. Não sei como é o público de lá, não sei nem se tem gente, civilização", disse o músico, em resposta a um fã sobre em que lugares a banda gostaria de tocar.

Eu queria muito tocar no Amazonas. Imagina você tocar no meio do mato. Não sei como é o público de lá, não sei nem se tem gente, civilização

Nesta sexta-feira, a MegaEventos, promotora do show, emitiu nota em que explica o cancelamento - segundo os promotores, o teor dos protestos na internet os levaram a temer pela segurança do Restart. "A produtora e a casa de shows decidiram atender ao clamor público, especialmente dos internautas, que vêm utilizando as redes sociais da internet para organizar manifestações e divulgar possíveis atos que poderiam colocar em risco a INTEGRIDADE FÍSICA dos artistas e do seu público, formado em sua maioria por crianças e adolescentes", diz a nota, divulgada no site da produtora Mega Eventos, responsável pelo show que aconteceria na casa de shows Studio 5. No texto, a empresa se descreve como "genuinamente amazonense" e diz que o cancelamento ocorreu "por razões de ordem pública".

De acordo com a empresa de eventos, quem comprou ingresso antecipado para o show poderá receber o reembolso apresentando os tíquetes nos pontos de vendas onde foram adquiridos, a partir do dia 29 de março de 2011 (terça-feira), no horário comercial.

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"Choupo" de Monet pode ser arrematado por US$25 mi em leilão




NOVA YORK (Reuters Life!) - Uma obra-prima de Monet da célebre série "Peupliers" ("Choupos") do artista será posta em leilão pela Christie's em maio, com a expectativa de ser vendida por até 30 milhões de dólares, anunciou a casa de leilões nesta sexta-feira.

"Les Peupliers", a maior das famosas telas de Monet que retratam choupos, executada durante os anos que o pintor passou em Giverny, será posto à venda por um colecionador asiático que a adquiriu em um leilão em 2000 por pouco mais de 7 milhões de dólares.

Após uma queda grande em seguida à crise financeira que atingiu o mundo no final de 2008, o mercado de arte voltou a crescer no ano passado, com obras superando o marco de 100 milhões de dólares, recordes de artistas quebrados e as casas de leilão voltando a lucrar.

Conor Jordan, diretor de arte impressionista e moderna da Christie's, disse que "é a primeira vez em mais de uma década que uma tela importante da série dos anos 1890 chega a um leilão".

"Prevemos grande entusiasmo de muitos colecionadores, marchands e diretores de museus que estão ansiosos por uma cena de Monet que mostra a quintessência de sua arte, como esta."

Os preços das maiores obras de Monet vêm subindo muito nas temporadas recentes, segundo a Christie's. A oferta cada vez menor de obras-primas, a recuperação dos mercados, que liberou liquidez, e a confiança crescente nas belas-artes como investimento, tudo isso vem aquecendo o mercado cada vez mais.

O recorde fixado para um trabalho de Monet em um leilão foi 80,4 milhões de dólares, valor pago em maio de 2008 por "Le Bassin aux Nympheas", da renomada série Ninféias, do artista.

A maioria das 24 telas da série "Peupliers" está em grandes museus de arte do mundo, incluindo a Tate Gallery de Londres, o Museu de Arte de Filadélfia e o Museu Nacional de Arte de Tóquio.

"Les Peupliers" será vendido em Nova York em 4 de maio, depois de ser exposto em Moscou e Londres em abril.

Monet pintou a tela no verão de 1891, depois de fechar um acordo com um lenhador para não derrubar um bosque de choupos na margem do rio perto de sua casa enquanto ele não tivesse conseguido terminar de pintá-los.

Radiação aumenta em água do mar perto da usina de Fukushima


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Por Chizu Nomiyama e Shinichi Saoshiro | Reuters




TÓQUIO (Reuters) - Os níveis de radioatividade da água do mar estão aumentando perto da usina de Fukushima Daiichi, afirmou neste sábado a agência de segurança nuclear do Japão, duas semanas depois de a instalação ter sido atingida por um grande terremoto e um subsequente tsunami.

Mesmo enquanto engenheiros tentavam bombear água radiativa da usina, localizada 240 quilômetros ao norte de Tóquio, a agência nuclear disse que testes realizados na sexta-feira mostraram que o iodo radioativo subiu 1.250 vezes acima do normal na água do mar ao lado da usina.

Autoridades disseram que os níveis de iodo-131 na água do mar a 30 quilômetros da usina estavam dentro de limites aceitáveis estabelecidos e que a contaminação não causava significativo risco para a vida marinha.

"As correntes do oceano vão dispersar as partículas de radiação e então ela ficará muito diluída quando for consumida por peixes e algas marinhas", afirmou Hidehiko Nishiyama, autoridade da Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão.

Apesar dessa previsão, a situação pode muito bem elevar a preocupação internacional sobre as exportações de frutos do mar japoneses. Vários países já proibiram o leite e as produtos das regiões ao redor da usina de Fukushima Daiichi, enquanto outros estão monitorando os frutos do mar japoneses.

Os esforços prolongados para evitar um catastrófico derretimento do reator na usina elevaram as preocupações sobre energia nuclear em todo o mundo. O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, afirmou que é hora de reavaliar o regime internacional de segurança atômica.

Água radioativa foi encontrada nos prédios que abrigam três dos seis reatores da usina. Na quinta-feira, três funcionários tiveram queimaduras no reator 3 após serem expostos a níveis de radiação 10 mil vezes maiores do que o normal.

A crise na usina nuclear tem ofuscado os grandes esforços de ajuda humanitária e reconstrução do Japão após o terremoto de magnitude 9.0 e o grande tsunami que ele causou no dia 11 de março, deixando mais de 27.500 pessoas mortas ou desaparecidas no nordeste da nação.

O Departamento Norte-Americano de Energia disse em seu website (http://blog.energy.gov/content/situation-japan/) que não houve surgimento de quantidades significativas de materiais radiológicos nas áreas ao redor da usina desde 19 de março, de acordo com testes feitos na sexta-feira.

Nishiyama afirmou que as agências japonesas estavam tentando obter meios para "escoar com segurança a água para que ela não vá para o ambiente, e estamos tocando os preparativos".

Ele inicialmente havia dito que os altos níveis de radiação no reator 3, onde os funcionários ficaram feridos, poderiam indicar dano ao reator. Depois, afirmou que a medição pode ter vindo das operações de ventilação para amenizar a pressão ou do vazamento de água dos canos e válvulas.

O reator número 3 é o único dos seis que usa uma mistura combustível de plutônio e urânio. O plutônio é o isótopo radioativo mais letal.

Mais de 700 engenheiros estão trabalhando em turnos para estabilizar a usina, e os esforços estão avançando para o bombeamento de água que resfriaria os bastões de combustível.

Dois dos reatores da usina estão agora sendo considerados seguros, mas os outros quatro estão instáveis, ocasionalmente emitindo vapor e fumaça. Contudo, a agência de segurança nuclear disse neste sábado que a temperatura e a pressão em todos os reatores se estabilizaram.

(Reportagem adicional de Kazunori Takada, Kiyoshi Takenaka e Phil Smith em Tóquio, Chisa Fujioka em Yamagata, Jon Herskovitz em Kamaishi e Scott DiSavino em Nova York)
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Parlamento do Tibete aprova renúncia do dalai lama da função de líder político









Internacional
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Parlamento tibetano no exílio, em Dharamsala, no Norte da Índia, aprovou hoje (25) o pedido de afastamento do dalai lama das atividadades políticas. A solicitação foi aprovada por unanimidade. O deputado Karma Yeshi, um dos parlamentares que votou a favor do pedido, afirmou que o difícil foi separar o líder religioso das funções políticas.

No último dia 10, o dalai lama, de 75 anos, anunciou sua renúncia. Segundo ele, seu objetivo era que as funções passassem a ser desempenhadas pelo primeiro-ministro. Inicialmente, os parlamentares demonstraram hesitação quanto à sua renúncia.

A decisão do dalai lama foi anunciada durante cerimônia que lembrou a revolta tibetana de 1959 contra as autoridades chinesas. De acordo com ele, é o momento de “devolver” a autoridade formal para um líder eleito.

As informações são da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa. Exilado na cidade indiana de Dharmsala, o dalai lama afirmou que o governo tibetano deve ter mais poder. Segundo o líder, a disposição é apresentar propostas de emendas à Constituição para incluir as mudanças pretendidas.

Por tradição, os dalai lama são líderes políticos e espirituais do Tibete e o atual mantém essa função considerada quase mítica para a maioria dos seguidores. O atual dalai lama é o décimo quarto de uma linhagem de líderes espirituais que, pela crença budista, são a reencarnação de espíritos que têm o objetivo de esclarecer a humanidade.

Lama é uma palavra tibetana que significa sabedoria, monge, mestre e guru. O dalai lama também é chamado de Sua Santidade por seus seguidores.

Edição: Lana Cristina

MORRE THOMAZ FARKAS




FOTOS DA INAUGURAÇAO DEBRASILA

Morreu nesta sexta-feira, aos 86 anos, Thomaz Farkas, um dos maiores nomes da fotografia brasileira e mundial.

Nascido na Hungria, Farkas chegou ao Brasil em 1930, com apenas cinco anos. Na época, o pai já tinha um negócio em São Paulo, a loja de equipamentos fotográficos Fotoptica, que depois ele viria a dirigir.

Iniciou a carreira na década de 1940 e, entre seus principais trabalhos, está o registro da construção e inauguração de Brasília, em 1960. Na edição 33 da Brasileiros, de abril de 2010, com o especial de 50 anos da Capital Federal, nosso diretor de redação, Hélio Campos Mello, conversou com Thomaz Farkas, que contou um pouco sobre a construção da cidade e as belas imagens que fez na época. O especial foi ilustrado, em sua maioria, com as belas fotografias de Farkas da capital do País.


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Thomaz Farkas tinha 5 anos quando, vindo da Hungria, desembarcou, deslumbrado, em Santos, para morar em São Paulo. Mal saiu do navio, seu pai, que já tinha negócios na capital paulista - a loja de equipamentos fotográficos Fotoptica - perguntou ao sócio: "Como vai o Brasil?". A resposta: "Em crise". A Revolução, naquele ano de 1930, estava a caminho.

Quase três décadas depois, Thomaz se viu em meio à outra revolução. Desta vez estética: Brasília. "Fui até lá quando era só descampado", lembra. "Tinha amigos entre os arquitetos que concorreram com projetos para a capital. Sobretudo, o Jorge Wilheim."

Àquela altura, Thomaz era mais que o empresário que tocava os negócios da família. Havia se tornado engenheiro mecânico e eletricista e, também, um apaixonado - e ótimo - cineasta e fotógrafo. "Passei a ir várias vezes à Brasília, antes e depois da inauguração", conta. "Estava fascinado com toda a modernidade, a maravilhosa aventura de tirar a capital do Rio e fazê-la no meio do País. Continuo juscelinista."

Thomaz encantou-se com um aspecto em especial: a mistura de sotaques. "Era fantástico ouvir os trabalhadores de todos os cantos do País, cada um com seu jeito de falar", recorda o fotógrafo que, ao longo dos anos, permaneceu visitando e registrando imagens de Brasília. "Continuo fascinado pela cidade!", exulta. "Ok, ficou com trânsito congestionado. Mas isso ocorre com qualquer metrópole, não tem jeito."

Ao escolher suas melhores fotos de Brasília para esta reportagem, Thomaz, aos 84 anos, revela um olhar deslumbrado. Possivelmente, semelhante àquele do garotinho húngaro ao chegar ao país. Que se tornou o seu.

sexta-feira, 25 de março de 2011

CRONICA DE MACHADO DE ASSIS





24 de abril


CRONICA DE MACHADO DE ASSIS



Na segunda feira da semana que findou, acordei cedo, pouco depois das galinhas, e dei-me ao gosto de propor a mim mesmo um problema. Verdadeiramente era uma charada; mas o nome de problema dá dignidade, e excita para logo a atenção dos leitores austeros. Sou como as atrizes, que já não fazem benefício, mas festa artística. A coisa é a mesma, os bilhetes crescem de igual modo, seja em número, seja em preço; o resto, comédia, drama, opereta, uma polca entre dois atos, uma poesia, vários ramalhetes, lampiões fora, e os colegas em grande gala, oferecendo em cena o retrato à beneficiada.

Tudo pede certa elevação. Conheci dois velhos estimáveis, vizinhos, que esses tinham todos os dias a sua festa artística. Um era Cavaleiro da Ordem da Rosa, por serviços em relação à guerra do Paraguai; o outro tinha o posto de tenente da guarda nacional da reserva, a que prestava bons serviços. Jogavam xadrez, e dormiam no intervalo das jogadas. Despertavam-se um ao outro desta maneira: “Caro major!” -”Pronto, comendador!” — Variavam às vezes: — “Caro comendador!” -”Aí vou, major”. Tudo pede certa elevação.

Para não ir mais longe, Tiradentes. Aqui está um exemplo. Tivemos esta semana o centenário do grande mártir. A prisão do heróico alferes é das que devem ser comemoradas por todos os filhos deste país, se há nele patriotismo, ou se esse patriotismo é outra coisa mais que um simples motivo de palavras grossas e rotundas. A capital portou-se bem. Dos estados estão vindo boas notícias. O instinto popular, de acordo com o exame da razão, fez da figura do alferes Xavier o principal dos Inconfidentes, e colocou os seus parceiros a meia ração da glória. Merecem, decerto, a nossa estimação aqueles outros; eram patriotas. Mas o que se ofereceu a carregar com os pecados de Israel, o que chorou de alegria quando viu comutada a pena de morte dos seus companheiros, pena que só ia ser executada nele, o enforcado, o esquartejado, o decapitado, esse tem de receber o prêmio na proporção do martírio, e ganhar por todos, visto que pagou por todos.

Um dos oradores do dia 21 observou que se a Inconfidência tem vencido, os cargos iam para os outros conjurados, não para o alferes. Pois não é muito que, não tendo vencido, a história lhe dê a principal cadeira. A distribuição é justa. Os outros têm ainda um belo papel; formam, em torno de Tiradentes, um coro igual ao das Oceânides diante de Prometeu encadeado. Relede Ésquilo, amigo leitor. Escutai a linguagem compassiva das ninfas, escutai os gritos terríveis, quando o grande titão é envolvido na conflagração geral das coisas. Mas, principalmente, ouvi as palavras de Prometeu narrando os seus crimes às ninfas amadas: “Dei o fogo aos homens; esse mestre lhes ensinará todas as artes”. Foi o que nos fez Tiradentes.

Entretanto, o alferes Joaquim José tem ainda contra si uma coisa a alcunha. Há pessoas que o amam, que o admiram, patrióticas e humanas, mas que não podem tolerar esse nome de Tiradentes. Certamente que o tempo trará a familiaridade do nome e a harmonia das sílabas; imaginemos, porém, que o alferes tem podido galgar pela imaginação um século e despachar-se cirurgião-dentista. Era o mesmo herói, e o ofício era o mesmo; mas traria outra dignidade. Podia ser até que, com o tempo, viesse a perder a segunda parte, dentista, e quedar-se apenas cirurgião.

Há muitos anos, um rapaz — por sinal que bonito — estava para casar com uma linda moça —, a aprazimento de todos, pais e mães, irmãos, tios e primos. Mas o noivo demorava o consórcio; adiava de um sábado para outro, depois quinta-feira, logo terça, mais tarde sábado; — dois meses de espera. Ao fim desse tempo, o futuro sogro comunicou à mulher os seus receios. Talvez o rapaz não quisesse casar. A sogra, que antes de o ser já era, pegou do pau moral, e foi ter com o esquisito genro. Que histórias eram aquelas de adiamentos?

— Perdão, minha senhora, é uma nobre e alta razão; espero apenas...

— Apenas...?

— Apenas o meu título de agrimensor.

— De agrimensor? Mas quem lhe diz que minha filha precisa do seu ofício para comer? Case, que não morrerá de fome; o título virá depois.

— Perdão, mas não é pelo título de agrimensor, propriamente dito, que estou demorando o casamento. Lá na roça dá-se ao agrimensor, por cortesia, o título de doutor, e eu quisera casar já doutor...

Sogra, sogro, noiva, parentes, todos entenderam esta sutileza, e aprovaram o moço. Em boa hora o fizeram. Dali a três meses recebia o noivo os títulos de agrimensor, de doutor e de marido.

Daqui ao caso eleitoral é menos que um passo; mas, não entendendo eu de política, ignoro se a ausência de tão grande parte do eleitorado na eleição do dia 20 quer dizer descrença, como afirmam uns, ou abstenção como outros juram. A descrença é fenômeno alheio à vontade do eleitor: a abstenção é propósito. Há quem não veja em tudo isto mais que ignorância do poder daquele fogo que Tiradentes legou aos seus patrícios. O que sei, é que fui à minha seção para votar, mas achei a porta fechada e a urna na rua, com os livros e ofícios. Outra casa os acolheu compassiva, mas os mesários não tinham sido avisados e os eleitores eram cinco. Discutimos a questão de saber o que é que nasceu primeiro, se a galinha, se o ovo. Era o problema, a charada, a adivinhação de segunda-feira. Dividiram-se as opiniões; uns foram pelo ovo outros pela galinha; o próprio galo teve um voto. Os candidatos é que não tiveram nem um, porque os mesários não vieram e bateram dez horas. Podia acabar em prosa, mas prefiro o verso:

Sara, belle d'indolence,

Se balance

Dans un hamac...



A semana




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Texto-fonte:

Obra Completa de Machado de Assis.

Rio de Janeiro: Nova Aguilar, Vol. III, 1994.



Publicado originalmente na Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, de 24/04/1892 a 11/11/1900.

Maré alta de março causa prejuízos à população do Pará







Muita gente se assustou ao passar em ruas próximas a canais e rios de Belém. A maré alta causou problemas para os motoristas que trafegaram pela Avenida Marechal Hermes. Alguns ficaram presos e tiveram que esperar a maré baixar para voltar para casa.





O volume de água atingiu 3,8 metros. De acordo com o coordenador adjunto da Defesa Civil Estadual, major Augusto Lima, o volume é considerado normal nesse período. 'Nós estamos no momento da preamar, ou seja, o nível do rio está subindo. Como esse mês é o da maré alta, o volume está no previsto', explica.


O nível da água assustou quem passou pelo local. A estudante Stefany Almeida descreveu o espanto na hora que passou pela área. 'Gente, era muita água. Eu estava na parte da frente do ônibus, quando eu vi a água já estava atingindo o segundo degrau do coletivo', afirma.




A expectativa da Defesa Civil é o aumento do volume de água nos próximos dias. 'Durante a semana também teremos muita água. Na quarta-feira (23), a água deve atingir 3,7 metros', ressalta.


Mas esse problema não preocupa apenas a população de Belém. Em Salinopólis, nordeste paraense, as ondas na praia do Atalaia atingiram cinco metros de altura e deixaram algumas casas danificadas. A água cobriu também parte da rampa de acesso

Criança é resgatada após 20 horas sozinha na mata


Após um dia de procura, uma criança de três anos, que estava desaparecida desde a tarde de quarta-feira (23), foi encontrada com vida na manhã desta quinta-feira (24), na mata do Carananduba, em Mosqueiro, por bombeiros e policiais militares.



As buscas mobilizaram toda a comunidade onde mora a mãe da criança. A menina foi encontrada também com a ajuda de cães farejadores após quase 20 horas perdida.



De acordo com o cabo da Polícia Civil, Raimundo Azevedo, a criança foi encaminhada para o hospital de Mosqueiro. 'Ela foi encontrada com alguns ferimentos'. Ainda de acordo com a polícia, a criança permanecerá internada na ala pediátrica e receberá também atendimento psicológico.



Os outros filhos de Valdinéia, dois meninos, um de 6 e um de 15 anos, que também foram deixados sozinhos em casa, estão sob a responsabilidade de uma tia.

Rua grande














poema de
Rogel Samuel

(para Dilson Lages Monteiro)

rua grande
em Barras do Marataoã
no Piauí, minha paixão distante
Rua Grande
e deserta
ao fundo a Matriz
os muros, as casas
desertos
rua larga e grande
batida pelo sol pelo
silêncio do sol
seguida pelos
passos
silenciosos passos
dos nossos antepassados
ilustres
dos nossos personagens
Fileto, Thaumaturgo
ó memória nativa
ó glória que não se apaga
traços
passos
na rua grande
da história

quinta-feira, 24 de março de 2011

Hegemonia e Império




José Luís Fiori




O passeio de fim de semana da família Obama ao Brasil passaria à história como um acontecimento turístico carioca e uma gentileza internacional, se não tivesse coincidido com o desastre nuclear do Japão, e com o início do bombardeio aéreo da Líbia. Em particular, porque a decisão dos EUA de atacarem o país norte-africano, foi tomada no território brasileiro, um pouco antes do jantar festivo que o Itamaraty ofereceu à deleção norte-americana. Esta decisão, sobretudo, serviu para relembrar aos mais apressados, que os EUA seguem sendo a única potência mundial com “direito” de decidir - onde e quando quiser – e com a capacidade de fazer intervenções militares imediatas, em qualquer conflito, ao redor do mundo. Uma lembrança oportuna, porque se tornou lugar comum, na imprensa e na academia - à direita e à esquerda - falar do declínio do poder americano, enquanto se acumulam as evidências no sentido contrário.

Depois de 1991, e em particular depois do fim da URSS, a Europa deixou de ser o centro de gravidade do sistema internacional, que passou para o outro lado do Atlântico. E ao mesmo tempo, os EUA se transformaram na “cabeça” de um novo tipo de “poder global”. Um império que não é colonial, não tem estrutura formal, e que possui fronteiras flexíveis, que são definidas em cada caso, em última instância, pelo poder naval e financeiro dos EUA E desde o início do século XXI, os EUA estão enfrentando as contradições, os problemas, e as trepidações produzidas por esta transição e esta mudança de status: da condição de uma “potência hegemônica”, restrita ao mundo capitalista, até a década de 1980, para a condição de “potência imperial global”. Hoje, é impossível prever como será administrado este novo tipo de Império, no futuro. Porque ele segue sendo nacional e terá que terá que conviver, ao mesmo tempo, com cerca de outros duzentos estados que são ou se consideram soberanos. E além disto, porque dentro deste sistema, a expansão do poder americano é a principal responsável pela multiplicação dos seus concorrentes, na luta pelas hegemonias regionais, dentro do sistema mundia.

O que está se assistindo, neste momento, é uma mudança na administração do poder global dos EUA. Este processo está em pleno curso, mas será longo e complicado, envolvendo divisões e lutas dentro e fora da sociedade e do establishment norte-americano. Mesmo assim, o mais provável é que ao final deste processo, os EUA adotem uma posição cada vez mais distante e “arbitral” com relação aos seus antigos sócios, e em todas as regiões geopolíticas do mundo. Estimulando as divisões internas e os “equilíbrios regionais” de poder, jogando os seus próprios aliados, uns contra os outros, e só intervindo diretamente em última instancia, segundo o modelo clássico do Império Britânico.

Este novo tipo de poder imperial dos EUA não exclui a possibilidade de guerras, ou de fracassos militares localizados, como no Iraque ou Afeganistão, nem a possibilidade de crises financeiras, como a de 2008. Estas crises financeiras não deverão alterar a hierarquia econômica internacional, enquanto o governo e os capitais americanos puderem repassar os seus custos, para as demais potências econômicas do sistema. E as guerras ou fracassos militares localizado seguirão sem importância enquanto não ameaçarem a supremacia naval dos EUA em todos os oceanos e mares do mundo, e enquanto não escalarem na direção de uma “guerra hegemônica” capaz de atingir a supremacia militar norte-americana.

De qualquer forma, é óbvio que este novo poder imperial não é absoluto nem será eterno. Como já foi dito, sua expansão contínua cria e fortalece poderes concorrentes, e desestabiliza e destrói os “equilíbrios” e as instituições, criadas pelos próprios EUA, estimulando a formação de “coalizões de poder” regionais que acabarão desmembrando aos poucos o seu poder imperial, como aconteceu com o Império Romano. Por outro lado, a nova engenharia econômica mundial deslocou o centro da acumulação capitalista e transformou a China numa economia com poder de gravitação quase equivalente ao dos Estados Unidos. Esta nova geo-economia internacional, intensifica a competição capitalista, e já deu início à uma “corrida imperialista”, cada vez intensa na África e na América do Sul, aumentando a possibilidade e o número dos conflitos localizados entre as Grandes Potências. Além disso, o poder imperial americano deverá enfrentar uma perda de legitimidade crônica dentro dos EUA, porque a diversidade e a complexidade nacional, étnica e civilizatória do seu império, é absolutamente incompatível com a defesa e a preservação de qualquer tipo ou sistema de valores universais, ao contrário do que sonha uma boa parte da sociedade norte-americana.

De qualquer maneira, o passeio da família Obama aos trópicos e a retórica simpática e amena do presidente americano serviram para demonstrar como funciona na prática, o “tratamento entre iguais”, quando um deles é um Império.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Liz Taylor deve ser enterrada em Los Angeles.










O corpo da atriz Elizabeth Taylor, que morreu nesta quarta-feira aos 79 anos, deve ser enterrado no cemitério Westwood Village Memorial Park, em Los Angeles, o mesmo onde estão enterrados outros astros de Hollywood como Marilyn Monroe, Natalie Wood, Truman Capote, Farrah Fawcett e Dean Martin. Ainda não há data do funeral. A informação foi divulgada pelo site TMZ.
egundo o site, a família pede que, em lugar de flores, fãs enviem doações à fundação da atriz que auxilia pacientes com HIV. Seu filho, Michael H. Wilding, comentou o ativismo da mãe como "sua brava e incansável luta contra HIV/AIDS. "Nós sabemos simplesmente, que o mundo é um ligar melhor porque minha mãe viveu", disse em um comunicado.

Uma página do Facebook recebe milhares de recados de fãs do mundo todo.

A morte de Elizabeth Taylor, por complicações cardíacas, causou grande impacto também entre as celebridades. "Nós acabamos de perder um gigante de Hollywood e, mais importante, nós perdemos um incrível ser humano", declarou Elton John. "Elizabeth foi uma pessoa íntegra em todos os níveis. Bondosa, generosa, valente", disse Jane Fonda em comunicado, que atuou com Liz em O Pássaro Azul (1976).

Taylor deixa quatro filhos, 10 netos e quatro bisnetos.

Jean Wyllys informa à Câmara que recebeu ameaças de morte





JOHANNA NUBLAT
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

O deputado e ex-BBB Jean Wyllys (PSOL-RJ) informou nesta quarta-feira à Comissão de Direitos Humanos da Câmara ter recebido ameaças de morte.

"Desde que comecei o trabalho de reestruturar a frente parlamentar pela cidadania LGBT e comecei a publicar na imprensa que proporia uma PEC que estende o direito do casamento civil aos homossexuais, venho recebendo sistematicamente ameaças de morte pela internet", disse o deputado.

Alan Marques/Folhapress

Deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) informou à Comissão de Direitos Humanos da Câmara ter recebido ameaças de morte
Jean explicou que as ameaças começaram na sexta-feira da semana passada em blogs e sites comandados por religiosos "fundamentalistas".

Depois, ele recebeu um e-mail e mensagens no Twitter de três perfis diferentes com frases como "em nome de Deus você merece morrer", "não saia de casa seu veado nojento" e "não preciso nem ter o trabalho de te matar, pois todo veado morre de Aids".

Jean diz que não pediu proteção policial por querer crer que "cão que ladra não morde". Ele admite, porém, que está temeroso.

"Não posso mentir, estou mais atento sim quando saio na rua", disse.

Hoje, na Comissão de Direitos Humanos ele entregou cópia das mensagens e a identificação do computador de onde teria partido as ameaças para que tudo seja entregue para o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). "Espero que ele tome as devidas providências."

A presidente da comissão, deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), afirmou que essa é uma questão da Casa, e não pessoal.

"Quando aconteceu comigo na Câmara dos Vereadores, por outros assuntos, eu aprendi que os temas de ameaça a um parlamentar não são individuais, devem ser tratados de maneira coletiva, porque são ameaças ao direito que o povo nos confere de expressar a nossa opinião."

A Comissão aprovou uma moção de solidariedade ao deputado.

Fidel: discurso de Obama é uma ofensa à inteligência









Por Adalberto Roque | AFP





O líder cubano Fidel Castro criticou nesta quarta-feira a "insólita aliança entre milionários e famintos" proposta pelo presidente Barack Obama para a América Latina, e classificou seu discurso de tosco e insulto à inteligência.

"Os bem informados - aqueles que conhecem, por exemplo, a história deste hemisfério, suas lutas ou, inclusive, apenas a do povo de Cuba defendendo a Revolução contra o império (...) com certeza se assombrarão com sua proposta", afirma Fidel em mais um artigo publicado na imprensa local.

Em seu artigo "As verdadeiras intenções da Aliança Igualitária", o líder comunista disse ter acompanhado as "peripécias e aventuras" de Obama durante sua visita à América Latina.

"A verdadeira razão do maravilhoso discurso de Obama se explica de forma indiscutível por meio de (...) suas próprias palavras (no Chile): 'A América Latina vai se tornar cada vez mais importante para os Estados Unidos, especialmente para nossa economia".

Fidel define ainda Obama como "um bom alinhavador de palavras", mas dono de "um discurso tosco", que é "um insulto à inteligência humana".
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DOS SONETOS AUTOBIOGRAFICOS DE L. RUAS







A égua caminhava a passos largos
Por entre a lama espessa, mal cheirosa,
A égua que nasceu de barro e sopro,
Pesada e, ao mesmo tempo, vaporosa.

A égua percorreu todo o passado:
É lenda, é mito, é sombra luminosa;
Galopa semeando vida e morte,
É frágil como a flor e belicosa.

Tem alma muito embora em seu ventre
Aninhe fauna imunda e tenebrosa
De serpes e batráquios peçonhentos.

A égua chega sempre. Chora às vezes.
Às vezes, come fezes. Eu a vi
Comendo, em céu de estrelas, uma rosa.

LIZ, AS JOIAS



O diamante Taj-Mahal, em forma de coração, foi um presente de Burton quando a atriz completou 40 anos. O diamante data de 1627

Elizabeth Taylor faleceu nesta quarta-feira (23), aos 79 anos, por problemas cardíacos, em Los Angeles. Além de suas contribuições ao cinema hollywoodiano e às causas sociais, uma das mulheres mais fotografadas do século 20 também deixou suas marcas com seu estilo e com as joias que desfilava pelos tapetes vermelhos.

Galeria: O estilo de Elizabeth Taylor

Seu caso de amor com as pedras preciosas começou já na infância. "Muinha mãe dizia que oito dias depois de nascer eu abri os olhos, mas a primeira coisa que vi foi o seu anel de noivado. Eu fiquei viciada nele!", disse ela, em entrevista, numa declaração que entrou para a galeria das frases célebres de Elizabeth.


Foto: Reprodução
A pérola "La Peregrina" foi descoberta no século 16
Ao longo de sua vida, Liz colecionou as peças mais desejadas do mundo, de renomadas joalherias, como Bulgari, Cartier, Chopard ou Tiffany. Em 1945, comprou sua primeira joia, mas foi depois de seu casamento com o "showman" Mike Todd que começou a colecioná-las.

Paparicada pelos ex-maridos -- no total foram oito casamentos --, Liz ganhou dezenas de joias de presente. Muitas foram agrados do ator britânico Richard Burton, falecido em 1984. Entre elas, está o diamente Krupp, que possui 33,19 quilates. Esta peça pertencia a Vera Krupp, membro de uma célebre família de industriais alemães.

A pérola "La Peregrina", também presenteada por Burton, era uma das favoritas da atriz. Descoberta no começo do século 16, foi oferecida ao príncipe Felipe II da Espanha, que a deu de presente à rainha da Inglaterra, Maria Tudor. Em 1969, foi adquirida por Burton em um leilão.

Além da famosa pérola, Liz possuiu o diamante mais pesado do mundo, o "Taylor - Burton", de 69,42 quilates, batizado com os sobrenomes de Elizabeth e de Richard, que comprou a peça em um leilão em 1969 com a pressuposição de que ele poderia ser nomeado pelo comprador.

A joalheria Cartier, de Nova York, fez com sucesso um lance para ele e imediatamente o batizou de "Cartier". Entretanto, no dia seguinte, Richard comprou a pedra para Liz por uma soma até hoje não revelada.

Foto: Reprodução
Liz Taylor e o maior diamante do mundo

A primeira vez que a atriz o usou foi em um baile de caridade em Mônaco, na França, e ele fez parte do acervo pessoal da atriz por dez anos. Em 1979, foi vendido por quase US$ 3 milhões e hoje se encontra na Arábia Saudita.

Sua paixão por joias era tanta que a atriz chegou a a publicar o livro "Elizabeth Taylor: minha história de amor com as joias", em 2002, e emprestar as peças para a famosa casa de leilões Christie’s, em Nova Iorque, que fez uma exposição com 30 peças.

O livro traz uma citação sua, em que se declara "guardiã" de suas peças: "Estou feliz por ter algumas das joias mais importantes do mundo… Eu acredito que eu sou uma guardiã, estou aqui para apreciá-las, dar-lhes o melhor tratamento do mundo, para assistir, dar segurança, e amá-las".

MORRE A BELEZA


A atriz Elizabeth Taylor morreu vítima de insuficiência cardíaca aos 79 anos nesta quarta-feira (23) em Los Angeles, informou a imprensa internacional como ABC News eCNN. Ela estava internada no hospital Cedars-Sinai Medical Center havia dois meses.

"Atriz lendária, mulher de negócios e ativista sem medo, Elizabeth Taylor morreu de maneira tranquila hoje no Hospital Cedars-Sinai de Los Angeles", afirma um comunicado, de acordo com a agência AFP. "Ela estava cercada pelos filhos - Michael Wilding, Christopher Wilding, Liza Todd e Maria Burton", acrescenta o texto, que também lembra que a artista tinha dez netos e quatro bisnetos.

Elizabeth Rosemond Taylor nasceu em 1932, em Londres, Inglaterra. Conhecida como Liz Taylor, iniciou a carreira artística aos dez anos, logo depois de se mudar para os Estados Unidos.

Liz participou de filmes infanto-juvenis e descobriu o amor pelos estúdios de filmagem, de onde não quis mais sair. Evoluindo como atriz talentosa e respeitada pela crítica, nos anos 50 filmou dramas, como Um lugar ao Sol, com o ator Montgomery Clift; Assim Caminha a Humanidade, com Rock Hudson. Nessa década fez ainda A Última Vez Que Vi Paris, ao lado de Van Johnson e Donna Reed.

Elizabeth foi reverenciada como uma das mulheres mais bonitas de todos os tempos. Sua marca registrada sempre foram os traços delicados e os olhos cor azul-violeta, que encantaram gerações.

A atriz também ficou famosa pelos inúmeros casamentos (oito ao todo), sendo o mais conhecido com o ator inglês Richard Burton, com quem se casou duas vezes e fez duplas em vários filmes nos anos 60, como o antológico Cleópatra e o dramático Quem tem medo de Virgínia Woolf?, em que ela ganhou o segundo Oscar. O primeiro prêmio veio em 1960 por O Número do Amor. Nessa época, Liz sagrou-se a atriz mais bem paga do mundo.

Em 1985, com a morte de seu grande amigo, o ator homossexual Rock Hudson, Elizabeth Taylor iniciou uma cruzada em favor dos portadores de aids. Em 2004, a diva passou vários meses de cama devido aos efeitos de uma grave escoliose, uma fratura na espinha, falência cardíaca congestiva, úlceras, além de episódios de bronquite aguda e pneumonia.

Em 1997, a atriz passou por uma delicada cirurgia para remover um tumor do cérebro. No passado, a estrela também já teve problemas com o vício em álcool e drogas.

Confira a filmografia:
Searching for Debra Winger (2002)
Get Bruce (1999)
The Flintstones - O Filme (1994)
Common Threads: Stories from the Quilt (1989)
Michael Jackson: The Legend Continues (1988)
Moonwalker (1988)
Genocide (1982)
A Little Night Music (1978)
Ana dos Mil Dias (1969)
A Megera Domada (1967)
O Pecado de Todos Nós (1967)
Os Farsantes (1967)
Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1966)
Adeus às Ilusões (1965)
Cleópatra (1963)
Gente Muito Importante (1963)
Disque Butterfield 8 (1960)
De Repente no Último Verão (1959)
Gata em Teto de Zinco Quente (1958)
A Árvore da Vida (1957)
Assim Caminha a Humanidade (1956)
A Última Vez que Vi Paris (1954)
No Caminho dos Elefantes (1954)
O Belo Brummel (1954)
Ivanhoé - O Vingador do Rei (1952)
Quo Vadis (1951)
Um Lugar ao Sol (1951)
O Pai da Noiva (1950)
Quatro Destinos (1949)
Príncipe Encantado (1948)
As Delícias da Vida (1947)
Nossa Vida com Papai (1947)
A Mocidade é Assim Mesmo (1944)
Evocação (1944)
Jane Eyre (1944)
A Força do Coração (1943)