sexta-feira, 12 de março de 2010

Cruz e Sousa


Inefável

Nada há que me domine e que me vença
Quando a minha alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.

Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.

Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!

Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas

Cruz e Sousa


Amélia Pais
http://barcosflores.blogspot.com
http://cristalina.multiply.com/

Um comentário:

Jefferson Bessa disse...

Quando as vozes falam de modo alto no poema.
Gosto muito de ler a voz musical dos poemas de Cruz e Souza. Muito bonito!
Jefferson.